Wabi sabi é a expressão que os japoneses inventaram para definir a beleza que mora nas coisas imperfeitas e incompletas. O termo é quase que intraduzível. Na verdade, wabi sabi é um jeito de “ver” as coisas através de uma ótica de simplicidade, naturalidade e aceitação da realidade. Contam que o conceito surgiu por volta do século 15.
Um jovem chamado Sen no Rikyu (1522-1591) queria aprender os complicados rituais da Cerimônia do Chá. E foi procurar o grande mestre Takeno Joo. Para testar o rapaz, o mestre mandou que ele varresse o jardim. Rikyu lançou-se ao trabalho feliz. Limpou o jardim até que não restasse nem uma folhinha fora do lugar. Ao terminar, examinou cuidadosamente o que tinha feito: o jardim perfeito, impecável, cada centímetro de areia imaculadamente varrido, cada pedra no lugar, todas as plantas caprichadamente ajeitadas.
E então, antes de apresentar o resultado ao mestre Rikyu chacoalhou o tronco de uma cerejeira e fez caírem algumas flores que se espalharam displicentes pelo chão. Mestre Joo, impressionado, admitiu o jovem no seu mosteiro. Rikyu virou um grande Mestre do Chá e desde então é reverenciado como aquele que entendeu a essência do conceito de wabi-sabi: a arte da imperfeição.
Como a wabi-sabi representa uma visão de mundo ou um sistema estético Japonês abrangente, é difícil explicá-la precisamente em termos ocidentais. De acordo com Leonard Koren, wabi-sabi é o traço mais proeminente e característico daquilo que nós pensamos ser a beleza Japonesa tradicional e "ocupa grosseiramente a mesma posição no panteão Japonês de valores estéticos que os ideais gregos de beleza e perfeição ocupam no Ocidente."
Wabi-sabi é uma beleza das coisas imperfeitas, efêmeras, e incompletas. Esta é a beleza das coisas modestas e humildes. Esta é a beleza das coisas não-convencionais.
Os conceitos de wabi-sabi se relacionam com os conceitos do Zen-Budismo, como os primeiros japoneses envolvidos com wabi-sabi eram os mestres do chá, pregadores e monges que praticavam o Zen. Zen-Budismo originou-se na Índia, em viagens para a China no século VI, e foi primeiramente introduzido no Japão por volta do século 12. Zen enfatiza "direto, intuição para verdade transcendental além de todos os conceitos intelectuais." O cerne do wabi-sabi é a importância dos caminhos transcedentais de enxergar e pensar sobre coisas/existência.
- Todas as coisas são efêmeras
- Todas as coisas são imperfeitas
- Todas as coisas são incompletas
Características materiais de wabi-sabi:
- Sugestão de processo natural
- Irregular
- Intimista
- Despretencioso
- Terreno
- Simples
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