A sociedade do século XX, no afã do seu desenvolvimento, esqueceu-se das coisas simples da vida, do sol quando nasce pela manhã ou se põe no fim da tarde, sempre iluminando, dando-nos esperança; do alô do vizinho, do sorriso simples e sincero dado sem esperar retorno; das refeições em família feitas em harmonia; do lençol estendido ao sol para estar fresquinho antes de dormir, do asseio de nossas casas e de nossas vidas; da caminhada natural, sem os necessários e atualmente badalados apelos à estética e à saúde, não que a caminhada natural não proporcione isto também! Esquecemos de tantas pequenas e importantes coisas que já não sabemos quem somos e/ou o que fazemos.
Shibumi (estado de espírito de plenitude do Ser com o Universo) através do gesto perfeito é aquilo que todos os verdadeiros artistas marciais, procuram, mais do que prémios desportivos ou mesmo defesa pessoal, pois é precisamente isto que distingue uma Arte Marcial de um sistema ou método de combate, por isso se chama Arte.
Assim como qualquer outra Arte, a busca da Perfeição não é fácil nem tem fim, mas também é isso que a torna apaixonante. Sensei Gichin Funakoshi, acamado e às portas da morte com 88 anos, ainda dizia que agora é que o seu tsuki estava melhor. Estava ainda e sempre a procurar a Perfeição para atingir Shibumi.
É aqui que está a diferença entre uma Arte Marcial e um sistema ou método de Combate.
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