Modelo de Competições: lições do "Best of the Best" 1a. Etapa

Na semana passada discutimos sobre as tendências dos formatos de competição na Europa. Mostramos que a tendência global era de separação de eventos e categorias. Indo na contra-mão da tendência mundial, a FKERJ resolveu agrupar tudo. Então tivemos no mesmo evento do último domingo, 16 de março de 2008, agrupadas as competições de kata, kumite, senior, adulto e categorias de base.

Pontos negativos nota zero

O Resultado foi um torneio, no mínimo, "enfadonho" mais uma vez crianças pequenas passando da hora de se alimentar, ou se aquecendo várias vezes na expectativa do início de seus combates. Também tivemos mesários se enrolando com tantas fichas de chaves de competições. As vezes parecia um caos. Muita gente pedindo informação e o pior, o sistema de alto-falantes, horrível, dava a impressão que os anunciantes estavam falando em russo. Com uma multidão competindo, só conseguimos sair do estádio as 7 e meia da noite enquanto a competição continuava a rolar nos kotos para a categoria adulto.

O diretor de arbitragem, conhecido como Geraldo ou Geraldão, interrompeu muitas vezes o evento, ora para proibir o tão importante trabalho das academias de filmar as lutas, talvez com medo que fossem revelados os erros de arbitragem, ora parava o evento, no meio das lutas, para convocar uma reunião no meio da área de competição, o que representou um desrespeito ao atleta que estava competindo no momento. Em uma competição de karate o que precisa chamar a atenção são os combates, os katas e os atletas, não os diretores.

Para os participantes de outras cidades, já que o evento foi de âmbito estadual, as academias fretam, as duras custas e bota custo nisso, os ônibus que vem todos atletas misturados adultos e crianças. Enfim mais um transtorno para as crianças, que além de não se alimentaram direito, se desgastam com o excesso de aquecimento, sem contar os duros combates em si, já que o nível da criançada está cada vez mais alto, tem que ficar até a noite esperando a saída dos ônibus e enfrentar horas de viagem de volta a casa.


Pontos positivos nota 10

Pela primeira vez vi um campeonato estadual de Karate onde o público presente era maior que o número de atletas participantes. Um bom público compareceu ao ginásio que também foi o palco do Karatê nos jogos do Pan Rio 2007. Claro, como foi dito antes devido ao fato da competição se arrastar horas a fio, ficou enfadonho, e na altura do combate dos adultos, o ginásio já se encontrava vazio. Ninguém tem paciência de ver um evento de mais de 12 horas, nem em desfiles de escolas de samba da Sapucaí.

Enfim a informática no karate. Depois que o Sensei José Roberto Braga passou a usar um programa em access, nunca mais tivemos aquelas discussões que quase chegavam as vias de fato por inclusões de atletas em categorias erradas. Era comum ver entrar no tatame crianças de 8 a 9 anos com menos de 35 kg para enfrentar um adolescente de 15 anos com mais de 100 kg. Exageros a parte, isto gerava uma discussão terrível onde os mesários da FKERJ acusavam os intrutores de academia por terem inscrito, erroneamente, os atletas e os instrutores acusavam os mesários.

Enfim tudo isso acabou. Agora cada academia pode verificar a inscrição dos atletas e já saber, de antemão, a chave em que os mesmos competirão. O problema é que se continuarmos tendo um campeonato assim, tão extenso, das duas uma, vão acabar matando o Sensei José Roberto de tanto trabalho. Ou pior, fazer com que o Sensei deixe de prestar este bom serviço.

Esses foram os pontos negativos e positivos do evento "Best of the Best" realizado pela FKERJ, e que tem o intuito de formar a seleção fluminense de Karatê. Depois mostraremos o que realmente interessa, em uma competição de Karatê, que é o Karate propriamente dito, com resultados, imagens e vídeos.