quarta-feira, 5 de março de 2008

A Essência Esquecida do Karatê

Gigo, filho de Funakoshi

Muito se sabe sobre as origens do karate e de acordo com as informações escritas e até com as mais antigas, apenas pictóricas, somos levados a deduzir uma certa “arvore genealógica” por vezes adaptada a cada um dos recentes ramos da dita “arvore”.

Todos reclamamos que os nossos antepassados são os verdadeiros mestres, os que formam o “tronco”.
Ao longo do tempo muitos “ramos” se formaram e subdividiram, sempre acrescentando alguma particularidade na sua prática. Com a necessidade de afirmação/distinção perante os outros, todos foram exponenciando essas particularidades, todos foram “inventando” técnicas, todos foram acrescentando a sua “técnica de marca”, e colocando em segundo plano aquilo que é inerente a todos – a essência.

“A essência do Karate está nos kata” disse Mestre Gichin Funakoshi, mas também na cortesia, na humildade e globalmente no Budo. É preferido, no entanto, abordar a essência nos seus aspectos mais “terra a terra”.

A essência é o conjunto das “coisas” simples.

É o gestos/técnica natural livres de contracções descontroladas.

É a respiração natural.
É a empatia com o nosso parceiro.
É, isso sim, o saber agir…quando, como e onde.


Todas as técnicas são “boas” ou de nada servem, se não as soubermos aplicar…quando, como e onde.
“A técnica é tranformada em arte por quem a utiliza”, disse Mestre Gichin Funakoshi. Tão importante (ou mais) que a técnica em si, é o seu contributo á formação do seu utilizador, mas a panóplia de técnicas que aprendemos é apenas ferramenta na qual dispensamos , quiçá, demasiados recursos físicos e psicossomáticos na sua aprendizagem com menosprezo pela análise da essência.

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