Qi é um conceito fundamental compartilhado por diversas artes marciais de origem oriental, é destacado especialmente nas artes marciais internas (Neijia) de origem chinesa, que incluem entre outras o Tai Chi Chuan.
É também um dos fundamentos básicos das práticas de Qigong, treinamentos de origem chinesa para ampliar a energia vital que também são praticados fora do contexto das artes marciais como métodos para manter e recuperar a saúde.
No contexto das artes marciais internas a existência do Qi normalmente não é questionada, é tratada como um fenômeno que pode ser experienciado e testado por aqueles que se dedicam a estes treinamentos.
A prática é considerada fundamental para desenvolver a compreensão do Qi, é considerado um fenômeno que não pode ser explicado apenas através de palavras.
Por exemplo, nas artes marciais japonesas, o Ki é desenvolvido especialmente no Aikido e recebe um destaque especial no Ki-Aikido através de exercícios que têm como objetivo desenvolver o Qi dos alunos.
São realizados testes como o do braço que não pode ser dobrado, onde um aluno mantém um braço esticado à sua frente enquanto outro aluno procura dobrá-lo. Se o primeiro aluno tenta usar apenas a força muscular para manter seu braço estendido, ele logo se cansa e o braço é dobrado.
Entretanto, se o aluno relaxa e estende seu Qi o braço se torna muito difícil de dobrar, para dobrá-lo o parceiro também precisa relaxar e usar o seu próprio Qi. No contexto desta arte é evidente que alunos mais graduados têm um Qi mais desenvolvido.
Existem mestres de qigong que alegam ser capazes de manipular seus adversários a distância através do Qi. Muitos praticantes de artes marciais duvidam da veracidade de tais demonstrações. Uma história clássica é a de dois oponentes que se cumprimentam antes de uma luta, sentindo seus respectivos Qi, assim o que tinha a energia mais fraca desiste da luta sem que se tenha trocado qualquer golpe.
Algumas escolas também atribuem a este conceito um aspecto metafísico ou espiritual (que em alguns contextos assume também um caráter religioso). O local de origem a partir de onde o Qi circula pelo corpo do seria uma área no abdomen, denominada Dantian/Tan tien (significa em chinês campo de cultivo), esta área é também conhecida comoponto um no Ki-Aikido. O conceito de Qi é por vezes expandido para incluir também a energia exterior que vêm do Céu e da Terra, Ching Sheng Li.
Os princípios biológicos e físicos que garantem os resultados destas práticas começam a ser estudados atualmente, como explicação inicial pode ser considerada uma combinação dos seguintes aspectos: poderosas técnicas de visualização; relaxamento absoluto, que pode afetar a maneira como os músculos funcionam; adequação da postura corporal; eficácia da respiração ampliada; efeitos sutis sobre o sistema nervoso; e também desenvolvimento da capacidade de afetar a mente do parceiro /adversário.
O Qi como tema da ficção
O conceito de Qi é usado com frequência nas novelas chinesas de ficção relacionadas ao universo das artes marciais (wushu), denominadas em chinês wuxia. Um personagem característico é o mestre de kung fu que adquire controle do qi ao ponto de poder dominar e alterar as forças da natureza. Estes personagens penetraram o inconsciente ocidental através dos filmes de arte marcial, como O Tigre e o Dragão ou Herói.
Os animês, desenhos animados de origem japonesa, e os mangás, histórias em quadrinho produzidas no Japão, também trazem muitos personagens com poderes derivados do aprendizado sobre o fortalecimento do Qi. Podemos encontrar vários exemplos em Dragon Ball, Street Fighter e nos Cavaleiros do Zodíaco, onde os personagens principais desenvolvem sua capacidade de mobilizar o Qi através de treinamentos físicos, meditação e do exercício da compaixão. Son Goku, o herói de Dragon Ball desenvolve seu Qi e aprende a lutar para poder auxiliar os outros.
Em Hunter × Hunter é citada uma forma de energia chamada Nen, que representa um tipo de Qi.
Muitos apontam as semelhanças entre o conceito de Qi e a "Força" dos cavaleiros Jedi na série de filmes de "Guerra nas Estrelas" (Star Wars) e sugerem que George Lucas pode ter se apropriado do conceito a partir de sua inspiração no filme A fortaleza escondida (The Hidden Fortress), obra prima de Akira Kurosawa realizada em 1958.








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