quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Karatê, presente, passado...e o futuro?

Por: Antonio Pêcego
Fonte: Karateca.net

Vivi na minha limitada inferioridade o karate dos anos 70 porque justamente iniciei lá por 1971 quando tinha uns doze anos de idade e daí? Isso não me fez mais forte, por si só, o que me torna cada vez mais forte é o meu conhecimento que venho adquirindo através do tempo, estudo e a prática regular do karate. Sempre digo, viva o presente sem esquecer do passado, mas pensando no futuro. Se você vive o presente pensando no passado, você esquece de que há um futuro e apenas vai vivendo e não evoluindo, sempre achando que sabe tudo quando na verdade não sabe nada.


Queiramos ou não, de uma forma boa ou não, o fato é que tudo evolui na vida e o karate, que no ocidente nunca foi marcial, literalmente falando, não podia ficar para trás. Se assim, o espírito marcial se perdeu ou ainda se encontra em recantos isolados deste nosso Brasil, a culpa é justamente de todos nós, em especial dos mais antigos que deram ou ainda dão aulas, obviamente que estou generalizando, sem deixar de considerar a natural evolução do ser humano e da tecnologia que tem forte influência nesse, digamos, fenômeno.


Lembro-me que um marrom na década de 70 era especialista porque, em regra, treinava muito para pegar a preta e um shodan ou nidan mais desavisado por estar meio acomodado tomava um pau.O Verde era o samurai, aquele em que a cor significava o início de um amadurecimento. Não se via faixa verde bundão, isso podem ter certeza. E hoje? Está cheio porque de muitos anos para cá quase que se vendem faixas ao não se reprovarem alunos nos exames na maioria das vezes, tendo até mesmo faixas pretas que não merecem a faixa que usam.


Fiquei na vermelha vários anos, chegando a ficar corroída a minha faixa. Vê se hoje em dia essa rapaziada fica? Não fica porque hoje em dia todo mundo só quer facilidade e muitos professores só querem o dinheiro que o aluno pode fornecer... Culpa de quem?A coisa é mais complexa que se imagina, mas acho como já me manifestei neste fórum, que você pode fazer com que o seu dojo trilhe paralelamente o caminho do Karate na sua essência e do Karate voltado para competições, desde que o espírito marcial não seja deixado de lado.


Nunca tinha competido com karate, e aos 50 anos resolvi treinar para competir. No que já fiz em quatro eventos locais, regionais e estaduais. Achei ótimo para o meu corpo, minha mente, meu espírito e para o meu Karate, porque o treino específico para competição faz, quer queiramos ou não, com que tenhamos uma evolução mais rápida, só não devemos esquecer da essência do karate.


Em casa, a minha esposa, o meu mais velho e a minha mais nova treinam karate, somente a minha do meio que treina kicboxing (acho que é assim que se escreve). Se perder, não quero saber para quem foi só quero saber que preciso treinar mais, da mesma forma, se ganhei, preciso continuar a treinar porque quero evoluir. Karate é a busca inalcançável da perfeição, do controle da mente sobre o corpo, por isso muito treino e estudo fazem a evolução natural, agora se você acha que já sabe tudo, vive do passado ou acha que não tem futuro o Karate, o que está fazendo com o karate-gi vestido?
Oss !!!


O sensei mineiro Antonio Pêcego demonstrou aos karatecas atuais que valhe a pena treinar Karatê e que a arte ainda está viva. Mas como todo karateca experiente demonstra descontentamento com a distribuição indiscriminada de faixas. Um fenômeno pior, e que deve ser eliminado, já aparece em nosso meio, é a distribuição indiscriminada de Dan´s.

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