sexta-feira, 21 de março de 2008

Norte-americanização dos Nomes nos Torneios de Karate

Nome estranho existe em todos os lugares. No Brasil, por exemplo, eles são bem comuns - veja Votatin, ao seu dispor e Oceano Margarido , Guajarina, Umdoistres de Oliveira Quatro, mas nesse tópico não somos diferentes de outros países. Só que, agora, as coisas começam a mudar e os pais começam a escolher nomes que estejam ligados a esta nova era da comunicação quase que total, da ligação on line.

Segundo o Daddytypes, um casal pediu ao escritório de registro do país que registrasse o seu filho com o nome de 4Real - lê-se, em inglês, forril - que, numa tradução livre, significa “pra valer”. Pat Wheaton, o pai do bebê, justifica a escolha do nome, mas informa que o Governo lhe disse um sonoro não. E se fosse no Brasil, como seria?

De outro lado, da Inglaterra, vem a informação de uma homenagem aos boxeadores famosos, cujos nomes foram incorporados ao nome da filha de Maria Brown. Ela se chama Autumn Sullivan Corbett Fitzsimmons Jeffries Hart Burns Johnson Willard Dempsey Tunney Schmeling Sharkey Carnera Baer Braddock Louis Charles Walcott Marciano Patterson Johansson Liston Clay Frazier Foreman Brown.

Que nome, heim? Lembra um exercício antigo com o nome completo do imperador D. Pedro II.

Mas este, na verdade, é um nome pequeno. Um irmão da Maria tem nada menos do 42 nomes do meio, aqueles que ficam entre o primeiro nome e o sobrenome, todos relacionados a boxeadores. E uma outra irmã, tem um pouco menos, 32 nomes. Estranho, não? (Via DaddyTypes, em inglês).

Em um treino da seleção brasileira de karatê em Macaé, o técnico ficou abismado por todos os compontes possuirem nomes, no mínimo diferentes. Uma karateca local pediu prá treinar junto com a seleção, o que ele aceitou sem nenhum problema. Então o técnico dialogou, pelo menos vamos ter uma participante com um nome comun, como você se chama mesmo? Ela respondeu, Dandara.

Nomes diferentes ou até estranhos tudo bem, mas uma coisa irrita os brasileiros patriotas. É a americanização dos nomes. Em algumas cidades do intreiorrrr paulista já começa a chamar os rodeios de "Rodeo" como no inglês.

No Rio de Janeiro, quando você chega naquele bairro rico alguém pode lhe responder :
Yes, aqui é a Barra!!! O nome da principal avenida não poderia mesmo ser outro. Avenida das Américas. Quem sobe de carro essa imensa autopista não pode deixar de perceber que se trata de um lugar diferente, onde o idioma inglês domina, shopping centers proliferam e uma ascendente classe social saltita, feliz da vida, entre mais e mais opções de consumo. Logo no início, à direita da pista, por exemplo, é possível avistar um moderno centro gastronômico batizado de Loft. Em seguida vem o centro de escritórios e serviços chamado Downtown, uma colorida profusão de redundâncias pós-modernas plantada num lugar até alguns anos atrás forrado por dunas e vegetação rasteira. À frente, há o condomínio de casas Wimbledon Park. Mais adiante é a vez do Barra Garden, logo seguido pelo BarraSquare, outro centro comercial.

O Barra Space Center, ao contrário do que indica o nome, não lança naves espaciais, mas os escritórios são uma beleza. Tem também o Bayside, o Market Street, o Sunshine Drive. Só mais um pouquinho adiante na Avenida das Américas e eis a novidade que está dando tanto o que falar. É o New York City Center, caixotão de concreto que abriga um centro de diversões. Na porta de entrada do empreendimento está a prova final de que a perseguição do padrão americano não conhece limites por aqueles lados.
Quem dá as boas-vindas aos visitantes do New York City Center é uma réplica de 20 metros de altura da Estátua da Liberdade. Um tanto espremidinha, é verdade, e feita de gesso e fibra de vidro. Mas com tocha, túnica, coroa e tudo o mais do original que simboliza o império americano. Mau gosto? Macaquice? Coisa de novo-rico? Não, a Barra da Tijuca é assim mesmo.

No karatê a moda também pegou, e como pegou! O campeonato paulista de karate se chama "Karate Boys". O pior de tudo, para eu poder entrar na seleção fluminense de karatê terei quer ser campeã, nada mais nada menos, do que o torneio denominado "Best of the Best". Estamos mesmo no Brail e a nossa língua é a portuguesa? A norte-americanização dos nomes do torneios de karate vai torná-los mais valorosos.

Eis que um alma se salva no paraíso. Um bom exemplo, ao menos, vem do nordeste. O open Brasil de karatê se chama "Taça Miguel Arraes". Ao contrário dos nomes dos campeonatos da região sudeste, este nome emprega uma maior pompa ao evento, em minha opinião.

Tomara que o exemplo pernambucano repercuta aqui, mais ao sul do Brasil. E, influenciados pela inteligência pernambucana, cariocas e paulistas, enfim o povo do sul/sudeste/centro-oeste comece a dar nomes genuinamente brasileiros. Melhor ainda, poderíamos homenagear nossos grandes karatecas. Poderíamaos ter em Brasília, por exemplo, o Campeonato "Lucélia de Carvalho". Aqui no Rio por exemplo, nada melhor que a re-batização do "Best of the Best" para "Copa Maria Cecília" ou "Copa Ciça". Quem sabe os paulistas passem a chamar o "Karate Boys" de "Taça Benedito Nelson dos Santos" ou "Taça Mão-de-Ferro". Claro que ficaríamos lisonjeadas se alguém batizasse um torneio de "Troféu Karate das Meninas"


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