Por: Prof. LUiZ PADilla, especialista em Processo e em Direito Desportivo.
Gojuryu é a escola mais antiga, de Okinawa. Fixa-se na dualidade: go = força; ju = leveza/velocidade, e o equilíbrio na alternância quebra o ritmo e rompe as defesas do adversário.
Ao lado, símbolo da Japan Karate Federation Gojukai.
Suas eficientes técnicas de corpo a corpo não podem ser demonstradas sem ferir gravemente o adversário. Muitas técnicas do Jiu Jitsu originam-se do Goju de Okinawa. Após a morte do fundador, mestre Myagi, o Goju subdividiu-se em duas grandes linhagens: o Goju de Okinawa que tentou se manter imutável. O Goju Japonês, da Gojukai buscou aperfeiçoar as técnicas. Mas posteriores subdivisões nasceram muito mais por motivos políticos - como a protagonizada pelo Mestre Yamaguchi que, antes, foi por longo tempo diretor da Gojukai.
O nome GO+JU expressa o equilíbrio na dualidade
Equilíbrio entre a força+terra+base-firme = go e a
Leveza+velocidade+ar+despreendimento = ju è
Completados por ryu que expressa "associação".
Esta Escola - como arte de defesa pessoa, prioriza o corpo a corpo, as lutas a curta distância, e com constantes alterações de centro de gravidade para vencer o adversário. Os golpes curtos são impróprios para uma competição porque, na maioria, não podem ser demonstrados sem risco à integridade física do adversário.
No Século XX, com a evolução da sociedade, havia um desejo de competição sem que o combate terminasse em sérios danos para os vencidos, propiciando o desenvolvimento de um estilo que se tornou conhecido pelo nome de Shotokan, o primeiro totalmente japonês. Literalmente, o nome significa escola (kan) do calígrafo (shoto) porque o mestre a quem é atribuída a sua criação, Funakoshi Ginchin, era um artista das letras, caligrafia, arte que exige não só o conhecimento de milhares de ideogramas, mas coordenação motora e paciência e habilidade para os pintar. Apoiado por Gigoro Kano, criador do Judô, com quem desenvolveu intensa amizade, difundiu as técnicas do método de luta de mãos (te) vazias(kara) que trouxe de Okinawa. O local tornou-se conhecido como a "escola(kan) do calígrafo(shoto)" aperfeiçoando um estilo que prioriza a antecipação, em golpes mais longos interceptando o adversário no meio de sua trajetória. Possibilitando competições, facilmente se difundiu.
Mas ainda aconteciam acidentes. Os golpes podiam ser demonstrados com menos vigor, mas era necessário os aplicar, ainda que de maneira controlada. O adversário está se deslocando a vai nos atingir caso não seja golpeado, e se nossa técnica seja apenas "demonstrada" sem o atingir. A única maneira de deter o adversário é exercitando uma aplicação, ainda que controlada. Equivale dizer que o karateka que tem um soco com impacto de 50kg irá desferir um golpe controlado liberando "apenas" uns 10% a 20% da energia. Algo em torno de 10Kg. Ora, 10kg de impacto no rosto, ou em algum ponto sensível, como uma costela flutuante, o plexo "solar", podem causar danos. E muitas competições terminavam com sérias lesões.
Buscando uma alternativa, surgiu o estilo Wado, cujo nome em verdade expressa o objetivo de todas escolas de karate:
"do" = caminho
"wa" = paz-harmonia do espírito
Mas é justo o nome Wado à caminho da paz do espírito, porque o estilo nasceu com objetivo de possibilitar competições sem lesões. As prioridades das anteriores escolas eram: a força no Goju e a antecipação no Shotokan, sendo inevitável atingir o oponente - ainda que controladamente.
O Mestre Otsuka permitiu difundir ainda mais o karate, e popularizar as competições: Com ênfase na esquiva (taisabaki), evitando o confronto direto. Permite ao praticante mais franzino, pequeno, fraco em sua constituição física, encarar uma competição com um oponente muito mais forte sem a necessidade de aplicar os golpes para se proteger. Pois ao ser golpeado, esquiva do contato.
Aos poucos, como estilos modernos nascendo dos antigos na espiral evolutiva do conhecimento, umas escolas foram aprendendo com as outras e hoje todas praticam, em nível de competição, treinamentos idênticos ou, pelo menos, muito similares. Como em tudo na vida, há exceções - escolas "tradicionais" avessas à evolução.
Além dos citados, há outros estilos, e diversas subdivisões, muitas nascidas e mantidas mais por divergências políticas (quando não financeiras) entre os "mestres". Para uma idéia da enorme quantidade e diversidade de escolas e subdivisões de observe, com respeito apenas ao estilo Goju, os registros do Alaumir è http://www.geocities.com/alaumirm/menu.htm
O Sensei Akira Taniguchi viveu no Brasil por mais de três décadas antes de retornar ao Japão, e deixou uma linhagem http://www.geocities.com/Colosseum/Bleachers/6758/jkfgojukai.htm
Veja em relação ao fundador do estilo e demais mestres das outras subdivisões: http://www.geocities.com/alaumirm/GojuRyuLineageChart.htm
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