terça-feira, 24 de junho de 2008

Esporte livrou País do "Complexo Vira-Lata"


Há 50 anos atrás, na Copa da Suécia, o Brasil finalmente superou o trauma de 1950 e se tornou campeão do mundo. Nas palavras, do cronista esportivo e dramaturgo Nelson Rodrigues, o país se livrou do "complexo de vira-lata".




"Por complexo de vira-lata entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo", teorizava sobre a derrota no Maracanã para o Uruguai, que só foi vingada oito anos e duas Copas depois.




"O brasileiro é um narciso às avessas, que cospe na própria imagem. Eis a verdade: não encontramos pretextos pessoais ou históricos para a auto-estima", cravou Rodrigues. Mas, com um futebol ofensivo, a seleção venceu cinco das seis partidas, marcou 16 gols, sofreu apenas quatro e pôs abaixo a tese do autor da peça "Vestido de Noiva".




Na estréia, contra a Áustria, a seleção não jogou tão bem, mas mesmo assim conseguiu vencer por 3 a 0, com dois gols de Mazzola e um de Nilton Santos. Na segunda rodada, o único empate, um 0 a 0 contra a Inglaterra - o primeiro jogo sem gols da história das Copas.




Para a terceira partida, contra a forte equipe da União Soviética, o técnico Vicente Feola resolveu mexer no time, colocando os atacantes Garrincha e Pelé. Dois minutos bastaram para mostrar do que essa equipe era capaz.




Uma bola na trave, dois chutes bem defendidos pelo lendário goleiro Yashin e um gol de Vavá. Tudo isso sem a União Soviética conseguir passar do meio de campo. O Brasil pressionou tanto que conseguiu outro gol, aos 31min do segundo tempo, novamente com Vavá.




Contra o País de Gales, nas quartas-de-final, o Brasil teve o seu jogo mais complicado. O sistema defensivo britânico só caiu após uma jogada genial de Pelé, que chapelou um zagueiro na área antes de fazer o seu primeiro gol em Mundiais.




A França, adversária das semifinais, era apontada como uma das melhores seleções da Copa. Tinha um ataque fantástico, comandado pelo artilheiro Just Fontaine. Mas foi o Brasil quem abriu o placar logo no primeiro minuto, com Vavá, cujo apelido era "Peito de Aço".




Fontaine empatou em seguida, mas Didi recolocou a seleção brasileira na frente. No segundo tempo, Pelé desequilibrou. Deu um baile na defesa francesa, fez três gols e garantiu a presença brasileira na decisão.




A final foi disputada contra a Suécia, dona da casa. O Brasil entrou em campo com o uniforme azul, já que na véspera havia perdido o sorteio. De amarelo, a Suécia achou o seu primeiro gol logo aos 4min. Quatro minutos depois, Vavá empatou. Aos 32min, novamente Vavá virou o placar.




Melhor em campo, o Brasil continuou infernizando a defesa sueca. Pelé marcou o terceiro gol logo no começo do segundo tempo. Zagalo, aos 23min, fez o quarto gol. Simonsson ainda descontou, mas Pelé fez mais um e deu números finais à partida: 5 a 2.




Emocionados, os brasileiros deram a volta olímpica no gramado e foram aplaudidos pela torcida sueca. Pelé chorava copiosamente. O Brasil inteiro podia, enfim, soltar o grito de campeão.


Já está na hora do Brasil assumir também sua superioridade no Karatê e ir para os torneios internacionais como favorito. Como já bem o faz no Karatê Kyokushin.

0 comentários:

Postar um comentário

Deixe aqui seu recado